sábado, 19 de janeiro de 2008

Billion Dollar Baby, Sonhos e Chocolate do Frade

Bom, conversar com todo este pessoal de São Caetano, para nós, que estamos um pouco longe é como relembrar um livro que lemos há muito tempo. Hoje, cada um está num lugar, fazendo sabe se lá o que; e mesmo os que ficaram fisicamente lá no bairro da Fundação, também devem ter saudades daquela época, e quem sabe tenham até de mim, será?. Às vezes lembramos de algo que passamos com alguém tão importante para gente, e para esta pessoa nem tanto. Mexer neste passado pode ser um exercício de estado de felicidade. Amorna problemas atuais e dão uma esperança dentro do peito, pois voltamos a ser crianças, jovens de novo. Às vezes ligo a TV e sinto que vou ver um filme quase em preto e branco de uma rua meio cinzenta, dois garotos urbanos, um com um vinil capa de cobra, verde, Billion Dollar Baby e com o outro, Secos&Molhados. Um pregador de roupa na orelha e lá vão eles sonhar serem cientistas, curtir muito rock and roll e desenhar marcas de cigarros impossíveis. Relembrar o passado não é apenas viajar 300 quilometros de Ribeirão Preto até São Caetano do Sul, nem sair de 2008 e voltar a 1974, meu melhor ano, minha melhor época. Não é se desfazer dos meus 46 e voltar aos 12. É um exercício de memória, é um jogo de lembra disso, lembra daquilo, lembra deste e daquela? Quando me lembro do Fran, um gaúcho, um ano mais velho que eu, meu vizinho, que foi meu parceiro em 73, 74 e parte de 75, fazíamos tantas coisas, sonhávamos tanto, praticávamos tantas habilidades no campo da ciência, das curiosidades, da gastronomia e que quando me dou conta que eu tinha apenas 12 anos fico pasmo. Talvez eu devesse narrar algumas histórias desta época, aproveitar enquanto ainda minha memória é fértil e consigo lembrar do dia que comemos sonho de padaria com garfo e faca, a porcelana Schmidt da Tia Genoveva, chocolate quente do Frade com raspas de laranja. Acho que ao contá-las talvez conseguisse lembrar de todos os objetivos para cada situação. Eu ia saber porque sou assim hoje, o que eu consegui e o que não consegui fazer. Saber se 30 e poucos anos foram suficientes para eu me tornar o Wagner de hoje, que continua gostanto do Alice Cooper, de sonhos e chocolate e queria muito ter 12 anos de novo.

* Meu amigo Francisco Guilherme hoje tem 47 anos, mora em Canoas-Rio Grande do Sul e a gente se fala pela internet.

Um comentário:

Unknown disse...

Eu sei como é bom tomar chocolate do frade com raspa de laranja e comer um sonho quentinho da padaria.
Um abraço amigo eterno que nossos sonhos de infância fiquem no ar para que outros percebam que fomos e somos felizes no tão pouco tinhamos mas eramos ricos em idéias.
Não esqueça daquela música que te enviei do Vitor Ramil - LOUCOS DE CARA talvez um dia possamos ter a imensa coragem de sair por ai e voltar ao que importava para nós a FELICIDADE de boas risadas.
FRAN